Hoje irei inaugurar uma nova coluna no VirtualCarBR, comentando sobre o mundo do automóvel.
O brasileiro é apaixonado por carro, isso não tenha dúvida. Além do futebol, o Brasil é um dos países onde mais se vendem automóveis no mundo. Montadoras lucram muito com os produtos que oferecem, e fazem questão de "abrirem a boca" para falarem bem de seus produtos, que o automóvel em questão tem isso, tem aquilo, e o concorrente não tem. Se o brasileiro é um dos que adquirem mais carros no mundo, por que razão as montadoras não investem em produtos de primeira linha, ou seja, oferecer modelos de acordo com o similar estrangeiro?
Erroneamente ou não, o consumidor brasileiro compra automóveis sem se importar se está ultrapassado estilistica ou tecnológicamente em relação ao modelo que lhe deu origem (que geralmente é estrangeiro). Um bom exemplo é o Chevrolet Agile. O modelo não tem similar de outras terras, mas ele está ocupando uma vaga que deveria ser, na lógica, do Opel Corsa, já que o Agile substituirá o Corsa atual gradualmente.
Outro antigo exemplo é o Volkswagen Golf, que ilustra este post. Nós estamos na geração 4, de 1998, enquanto os europeus já esperam pela geração 7. Ou seja, estamos quase três gerações atrás. A montadora promete a vinda da atual geração europeia ( Golf VI), vinda do México, para 2012.
Outros dois velhinhos no mercado são a dupla Astra e Zafira. Eles deixaram passar duas gerações (a Zafira europeia será renovada ainda este ano) e, ao contrário do VW Golf, não recebera quaisquer mudanças de estilo desde 2002. O atual Vectra é um genérico feito da casca da atualização do Opel Astra 2006 que, ao invés de substituir o Astra (mais ideal), tomou o lugar do Vectra. Rumores dentro da GM falam em trazer o Opel Astra 2010 para ser comercializado como modelo importado, brigando no alto escalão onde estão Audi A3 e BMW Série 1. Seria possível?
Atualmente a Ford deixou de fabricar a lindíssima e moderna geração do Ka europeu para fazer sua versão local. O nosso Ka não cai nem aos pés da geração europeia, este que possui muito mais equipamentos tecnológicos para segurança. Mas para se "desculpar" ela trará a novíssima geração do Fiesta europeu, para competir entre os hatch premium. O atual Fiesta seria remodelado e ganharia a atualização feita na índia.
Das quatro nacionais a Fiat é a unica que tem seus modelos em comum com a Europa. Tem aqui o Punto, Idea, Linea (embora estes sejam feitas na base do Palio aqui), e futuramente Bravo e Panda (que será nosso Uno por aqui). Palio e Mille são produtos locais que são distribuidos para os paises da América Latina. Para se ter uma ideia, o Mille é só produzido no brasil. Não há outras fábricas Fiat produzindo o Mille. O Stilo cansou de fazer hora extra e vai deixar lugar para o Bravo.
O nosso país peca por não ser exigente. Muitas montadoras oferecem produtos desatualizados por causa dessa falta de exigência por parte do consumidor. Mas as pessoas que residem no brasil tem aquela "ancia" de comprarem produtos novos. Certamente, o motivo dessa ancia, é que as montadoras frequentemente fazem face-lifts ou criam novas versões para seus modelos, fazendo que o consumidor que tem um automóvel equivalente ao que foi mudado pense que tem um produto desatualizado; aí vem a vontade de trocar pelo modelo mais novo. É aí que acontece as "fébres" de vendas que as vezes chegam a faltar modelos nos estoques. Ou muitas vezes porque é novidade "inédita" (GM Agile por exemplo), vendem como água nos primeiros meses.
Se o brasileiro fosse um pouco mais exigente, com certeza receberíamos modelos mais avançados tecnológicamente. Não que os modelos nacionais não são bons, apenas falo que estamos atrasados tecnológicamente (e estilisticamente também). As montadoras tentam mostrar que podem fazer produtos próprios e bons, mas muitas vezes acabam errando a mão. Para não ficar na contramão dos modelos europeus, passamos a pedir pelo menos carros com mais qualidade, ou com uma nova geração, já que há alguns casos que nem restilização as montadoras não fazem, e olha que tem casos em que o modelo vende muito. Mas sempre há aquela história: "Se vende mal, para que mudar se está vendendo mal?" ou "se está vendendo bem, para que mudar?"
1 comentários:
A praticidade de um brasileiro comprar um carro velho é bem melhor né, ele não vai mudar esse hábito tão de repente, ainda mais agora, que dá pra fazer isso com alguns cliques na internet, por exemplo, no Buscapé, dá pra comprar ou vender um carro como se fosse um livro rs.
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